Fiz essa opção por falar sobre o As Presas, filme de horror de Antoine Cordier, porque conclui que os melhores filmes da Mostra, como The Day He Arrives, Sorelle Mai, As Canções, já tem a sua cobertura, devo fazer alguns comentários em breve sobre outro filmaço, o Histórias da Insonia, em outro veículo. Mas queria registrar este filme, que passou ali sem chamar a atenção, que causou revolta alias, pessoas sairam muito putas, falando que aquilo era ridículo. Extremamente comum, vindo de mostrófilos que não veem filmes inteiros, e que sempre esperam a mesma coisa de tudo que veem.
Não se trata de um filme dos mais fortes na sua completude. Mas ele tem momentos grandes, e estruturalmente mesmo os erros soam interessantes. A principal dificuldade, é que em meio ao horror no mato, ele parte para uma trama familiar delicada. Falta um tanto de mão com as sutilezas e brigas que ficam mais no campo externo ao filme, e nem sempre se tem o impacto que ele propõe. Mas o filme ão é apenas isso, e aquilo que fez a sala testemunhar a maior retirada que vi este ano (excedendo Mekas), é que é um filme duro, escuro, desagradável. O clima é forte, sempre que se foca mais na ação e menos no drama. Desconheço o cineasta, mas parece um caso de pouco experiencia. Pela forma como o filme cresce quando se desvencilha de sua armadilha. Tem uma cena incrível, em que o cara fica muito tempo soterrado em baixo de um porco selvagem. Um solo contaminado faz os porcos partirem como loucos contra tudo, e uma familia que sai pra caçar fica no meio disso numa noite. Fugindo em desespero, ele encontra apenas um dos porcos, já morto, como saída. Ele fica soterrado ensanguentado, sem respirar, tendo que lidar com os outros porcos, que o caçam, farejando seu cheiro, e seguindo seus pequenos movimentos. Ele só escapa porque fica tão imundo com o sangue do outro porco, que ele já não era mais humano para os outros. Sao desses momentos puro sangue, porrada, que o filme ganha respeito e o destaque. Não e um filme muito bom, mas tem muita cena boa. Merece ser visto fora da correria, smepre indo contra os filmes.
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