Arquitetei entrevistar o Don Coscarelli, no entanto infelizmente ele está finalizando um filme novo e mesmo se esforçando não pode ceder a entrevista nesse exato momento. Como esperei muito, resolvi ir em frente e mandar logo o post sobre os dois primeiros Phantasmas. Vi pela primeira vez esses filmes em VHS, muito tempo atrás, e uma das coisas mais marcantes era o aspecto road movie, batalha eterna que ele tem. Os personagens pelos filmes (são quatro) estão sempre numa mesma pegada, mesma corrida, emendando a perseguição ao temido ser do outro mundo, o Tall Man. Desta vez me apeguei a outras coisas, como o fato do filme ter um espirito folkiano, digamos. Do mundo pequeno, simples. São nessas cidadezinhas que o Tall Man faz sua passagem, sempre iguais, comunidades conservadoras, atropeladas pelos seres que o Tall Man faz.Pra quem não conhece a saga, nunca viu nada, o filme acompanha dois irmãos que vivem sozinhos, orfãos, quando um deles começa a ver que acontecem atividades estranhas acompanando um enterro, e descobrem que pelos cemitérios das cidadezinhas, o bando comandado pelo Tall Man, um ser de outra dimensão que transforma vivos e mortos em seres do seu mundo, implantam uma passagem pra outro mundo e vão destruindo sempre as populações. O Tall Man se alimenta do medo. E é incrívrel como o Mike, ainda pequeno no primeiro filme, não tem medo de nada. Essa noção de coragem explica bem o porque desse universo funcionar, os personagens nunca ßão desenvolvidos no campo mais profundo, eles são aquilo que fazem, são simples, diretos, definidos por sua coragem e generosidade. O trio é formado ainda com o Reggie, o cara mais legal do mundo. Enquanto o irmão mais velho fica no primeiro filme, num fim confuso, questionável, o Mike cresce, e volta no segundo como James LeGros, provavelmente num movimento dos produtores, nas demais continuações voltamos ao ator do original. O Mike original mistura melhor a vulnerabilidade com a pegada do personagem. O Legros faz o tipo galã, e fica meio esquisito, mas segura. O segundo é o pior pra mim mas essencialmente faz a s´rie ser o que ela é, um filme de constante perseguição, na estrada, em movimento. O Coscarelli não é nenhum genio, mas sabe construir as coisas a partir do pouco, das situações sempre menores, mas tem um característica que acho foda, a sensibilidade pra criar cenas marcantes. O Reggie tem uma incrível, que é uma coisa meio boba, sem maiores explicações. Ele toca a guiatarra, e do nada tem um momento de premonição, ele sente que tocando algo, que estava na sua guitarra, ele está se conectando com alguma coisa. É uma cena simples, mas forte, retomada no fim do filme, quando ele fecha os portais usando o mesmo toque na hastes como na sua guitarra. São momentos tão simples, sem formar um grande filme, mas um filme forte. E o ritmo, sempre progressivo, operário, sem exagero, sem cortes rápidos, no ritmo do caminhar. A trilha de pequenos acordes, segue o espirito operário, em marcha – evidentemente inspirada em Carpenter. Acho muito legal, e aos ratos do VHS que nucna tiveram a chance de ver, vale a pena, o filme tme estilo.
Phantasm (1979) / Phantasm II (1988)
23/11/2011 por Guilherme Martins
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